quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Itaquá | Aqui também não

» Publicada em 14|06|09

População rejeita vinda de Cadeião para Itaquá
A equipe de reportagem do DAT foi às ruas da cidade ouvir a opinião da população e constatou um descontentamento com a possibilidade da instalação de um CPP
Osvaldo Birke
Luzia: "Vai aumentar a criminalidade na cidade"

Khadidja Campos
De Itaquá

Apopulação de Itaquaquecetuba rejeita a ideia da vinda de um Centro de Progressão Penitenciária (CPP), o chamado "Cadeião", para a cidade. Muitos acreditam que, com a instalação da unidade a criminalidade do município, que já é alta, irá piorar. Atualmente, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária analisa áreas em Mogi das Cruzes, no distrito do Taboão e em Itaquá, no Jardim América (ao lado da Fundação Casa).

O prefeito Armando Tavares Filho (PR), o Armando da Farmácia, contou que a cidade receberia o CPP em troca de uma contrapartida benéfica, que não especificou. Ele também disse que a cidade tem maiores chances de crescer, por conta do aumento do consumo local. Desta vez a reportagem ouviu artesãos da praça Padre João Pessoa sobre o assunto.

Luzia Silva Siqueira tem medo da alta periculosidade das pessoas que permanecerão presas no CPP. Ela acha que infratores devem ficar longe da sociedade. "O Cadeião vem pra cá e depois a família também, faz favela do lado, a ´bandidagem´ aumenta mais do que já está. Eles (governo) estão empurrando para a cidade que aceitar. Para mim, tem que se fazer cadeia na Amazônia e botar para trabalhar", opina. Ela dá como exemplo o entorno das penitenciárias de Guarulhos, onde há barracos.

Valter Alves dos Santos ressalta que o lado humano deve ser analisado. No entanto, ele acredita que as questões de segurança da população local também têm de ser levadas em consideração. "Ninguém quer um presídio perto de casa. Todo mundo trata os presos como se fossem lixo da sociedade. Por outro lado, devem existir mais cadeias para desafogar a população carcerária", esclarece.

Flávio Martins dos Santos também tem receios com relação a esse projeto por conta das questões de segurança. Para ele, projetos do poder público muitas vezes não verificam como ficará a qualidade de vida da população. "A cidade já está bagunçada. O pessoal não tem responsabilidade com relação ao sistema prisional e quem paga é a população. Pode até gerar maior renda para o município, mas o prefeito tem que se preocupar em trazer investimentos, como um shopping ou grandes supermercados. Todos estão com medo do tipo de pessoas que pode vir junto", relatou.


Fugas
Tatiana Heredes Teixeira teme que haja fugas e deixe a população local em pânico. "Imagina se eles entram em uma casa com criança ou pessoa deficiente, não tem chance de defesa. Isso também é ruim para o futuro da cidade".

Maurício Lima da Silva, que mora na cidade há 30 anos, conta que já teve problema com a criminalidade dentro de casa, seu irmão foi assassinado. Ele acredita que as cadeias devem ser instaladas em locais isolados e longe da população. "Atrapalha a sociedade, pois todos ficam com medo das fugas. Já tive familiares que sofreram com o assunto. Não acho bom passar por cima da população. Tem que dar trabalho para esse pessoal. O governo tem que se preocupar mais em construir bases da polícia nos bairros, melhorar a qualidade das escolas e de hospitais", explicou.

Fonte: http://www.diariodoaltotiete.com.br/

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