quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Itaquá | CPP

» Publicada em 24|09|09

Moradores temem possível vinda de Cadeião para Itaquá
Rio Abaixo e Pq. Piratininga são opções do Estado para implantar o Centro de Progressão Penitenciária

Monalisa Ventura
Um dos terrenos estudados pelo governo estadual está localizado na Estrada São Caetano do Sul, no Parque Piratininga

DELCIMAR FERREIRA
De Itaquá

A maioria dos moradores dos bairros Rio Abaixo e Parque Piratininga, em Itaquaquecetuba, que vivem próximos das áreas onde o governo do Estado estuda a possibilidade de construir um Centro de Progressão Penitenciária (CPP) é contra a medida.

Poucas pessoas que vivem nessa região apontam vantagens com a vinda de um Cadeião para o município. Técnicos contratados pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SAP) devem voltar à cidade nos próximos dias.

O DAT conheceu os bairros cotados para a criação de uma penitenciária estadual e encontrou realidades diferentes.

No Rio Abaixo, há poucas moradias, a predominância é de sítios, chácaras e pesqueiros.

A Estrada do Bonsucesso, que faz divisa com Guarulhos, está asfaltada e em suas margens existem torres de transmissão de energia elétrica.

"Seria uma péssima ideia. Aqui em cima, já é um centro de desova de carros. Vira e mexe à noite tem mortes. Eles usam o terreno baldio e transformam em desmanche", conta o assistente em aviação Roberto Pires de Carvalho, de 30 anos. Ele trabalha em uma casa de candomblé no bairro. Por fi nal de semana, costuma receber até 70 pessoas para o culto, vindas de Mogi das Cruzes, Guarulhos e da capital. Com o CPP, Carvalho teme que os frequentadores possam não comparecer.

Próximo do candomblé existe um pesqueiro, onde motoristas e visitantes param para curtir momentos de lazer.

O autônomo Fernando João da Silva, 53, é contra. "Venho sempre aqui. Se tiver um Cadeião, não venho mais. Prejudica a vizinhança", opina. O colega Edvaldo Soares de Lima, 45, concorda: "Não pode acontecer isso. Bandido tem que fi - car longe".



Piratininga
Outra área estudada pelo governo estadual fi ca na estrada São Caetano do Sul, no Parque Piratininga. A localidade é precária e parte da via não está asfaltada.

O bairro é populoso e, segundo estimativas da Secretaria de Habitação, existem 700 famílias que moram irregularmente no local. Parte das ruas não tem ligação de água e esgoto, nem iluminação pública.

A situação é tão dramática que na opinião dos moradores, qualquer investimento público é bemvindo, mesmo um CPP. "Se viesse o Cadeião, quem sabe a gente não teria asfalto e luz na rua. Isto poderia melhorar a nossa situação", acredita o pedreiro Francisco Luciano Roque, 33. A vizinha Benedita Aparecida Luz, 43, tem a mesma opinião: "Acho que seria bom porque assim está ruim demais", diz ao mostrar a rua de lama esburacada. Já a dona de casa Sandra Alves Maciel, 26, tem outro ponto de vista. "Já temos uma Febem (atual Fundação Casa) e o pessoal tem medo de passar por aqui. Discriminam muito, fi caríamos mais esquecidos", afi rma.

Fonte: http://www.diariodoaltotiete.com.br/

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